Cada vez menos jovens possuem imóveis


A dinâmica de queda na percentagem de jovens que possuem a sua própria casa em Portugal nos últimos vinte anos reflete mudanças significativas na acessibilidade à habitação e na situação económica do país. Estas mudanças têm importantes consequências sociais e económicas. Aqui estão alguns pontos-chave que podem ser extraídos dos dados apresentados:

  1. Alterações na percentagem de proprietários de casas: Nas últimas duas décadas, a percentagem de famílias que possuem a sua própria casa diminuiu de 76% em 2001 para 60% em 2021. Isso está relacionado a vários fatores, incluindo o crescimento económico, o acesso ao crédito e a situação do mercado imobiliário.

  2. Impacto dos fatores económicos: O crescimento económico, que caracterizou Portugal no início dos anos 2000, contribuiu para o aumento da percentagem de proprietários de casas. No entanto, a crise da dívida soberana e o fraco crescimento económico no início dos anos 2010 afetaram os jovens casais, especialmente na faixa etária de 25 a 34 anos.

  3. Taxa de desemprego e acesso à habitação: A elevada taxa de desemprego no período de 2000 a 2014 teve um impacto negativo nos jovens, dificultando o acesso à habitação e reduzindo a capacidade de comprar uma casa própria.

  4. Créditos hipotecários: O aumento da acessibilidade aos créditos hipotecários até 2011 contribuiu para o crescimento do número de proprietários de casas. No entanto, após esse período, a percentagem de famílias com empréstimos hipotecários começou a diminuir.

  5. Mobilidade reduzida da juventude: A diminuição da percentagem de jovens proprietários de casas também pode estar relacionada com uma mobilidade mais fraca da juventude, que prefere permanecer como inquilina para ter mais flexibilidade na escolha do local de residência e trabalho.


Essas mudanças têm consequências a longo prazo para a economia e a sociedade de Portugal, e podem exigir considerações por parte do governo e das instituições financeiras para garantir a acessibilidade à habitação para os jovens e manter a estabilidade do mercado imobiliário.